A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ampliar tarifas para países sem acordo comercial formal tem gerado reações diplomáticas em diferentes regiões. O anúncio inclui taxas entre 10% e 70%, com prazo de entrada em vigor até 1º de agosto.
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, classificou as novas taxas como “verdadeiramente lamentáveis”, após conversa com Trump. O país será atingido por uma tarifa de 25% sobre exportações, superior à de abril (24%). Em reunião ministerial, Ishiba declarou que as negociações continuam abertas e que, dependendo da resposta japonesa, o conteúdo das cartas tarifárias pode ser alterado.
A Coreia do Sul, também alvo das medidas, confirmou uma reunião de emergência entre seus ministérios, buscando alternativas diplomáticas. O ministro do Comércio, Yeo Han-Koo, solicitou a redução das tarifas sobre automóveis, aço e outros produtos em encontro com autoridades dos EUA, enquanto a tarifa geral sobre o país permanece em 20%.
Outros países afetados também se manifestaram. A Malásia, cuja taxa subiu de 24% para 25%, reforçou o compromisso com um “acordo comercial equilibrado e abrangente”. A Tailândia enfrenta uma tarifa de 36%, uma das maiores até o momento, enquanto a África do Sul contestou uma taxa de 30%, alegando discrepâncias nos dados comerciais.
Especialistas apontam que os esforços diplomáticos podem não ser suficientes para alterar as decisões unilaterais dos EUA. A analista Deborah Elms, da Hinrich Foundation, afirma que países que participaram de negociações extensas foram tratados de forma semelhante àqueles que não se reuniram com o governo Trump.
A Casa Branca confirmou que está enviando notificações a 10 a 12 países por dia, com possibilidade de ajustes antes do novo prazo. O objetivo do governo norte-americano é pressionar por acordos bilaterais com condições preferenciais.