Entre janeiro e julho de 2025, mais de 1,2 milhão de imigrantes deixaram a força de trabalho dos Estados Unidos, segundo dados preliminares do Censo. O número inclui residentes legais e pessoas em situação irregular, e marca o primeiro recuo na população imigrante desde o recorde de 14 milhões registrado em 2023.
Imigrantes representam cerca de 20% da força laboral americana, com forte presença nos setores de agricultura, construção civil e serviços. Estima-se que 45% dos trabalhadores em atividades rurais e florestais sejam estrangeiros, além de 30% na construção e 24% em serviços como cuidados domiciliares.
A queda coincide com o endurecimento das políticas migratórias sob o governo de Donald Trump, que intensificou fiscalizações e prometeu deportações em massa. Embora o foco declarado seja em indivíduos com antecedentes criminais, a maioria dos detidos não possui condenações.
A redução na oferta de mão de obra já afeta setores essenciais. O Sindicato Internacional de Empregados de Serviços alerta que 43% dos cuidadores domiciliares são imigrantes, e a escassez pode comprometer o atendimento a milhões de americanos. Na construção civil, empresas relatam dificuldade para contratar profissionais qualificados devido à fiscalização migratória.
Economistas apontam que os imigrantes foram responsáveis por pelo menos metade do crescimento de empregos nos EUA nos últimos anos. O impacto da saída em massa pode se refletir em desaceleração econômica, aumento de custos operacionais e pressão sobre serviços públicos.
Ainda não está claro se o declínio decorre de deportações, migração voluntária ou subnotificação. A análise completa dos dados será divulgada no final do ano.