O governo dos Estados Unidos manifestou preocupação com a decisão do fundo soberano da Noruega de retirar investimentos da fabricante americana Caterpillar e de cinco bancos israelenses. A medida foi anunciada pelo Norges Bank Investment Management (NBIM), que administra cerca de US$ 2 trilhões em ativos, e justificada por riscos de envolvimento das empresas em violações de direitos humanos em zonas de conflito.
Em comunicado oficial, o Departamento de Estado norte-americano classificou a decisão como baseada em “alegações ilegítimas” e afirmou que mantém diálogo direto com autoridades norueguesas. A crítica ocorre em meio à intensificação do conflito na Faixa de Gaza e ao aumento do escrutínio sobre empresas com atuação em áreas sensíveis.
O ministro das Finanças da Noruega, Jens Stoltenberg, negou qualquer interferência política na decisão e destacou que o governo não participa da escolha de ativos. Segundo ele, as exclusões são definidas pelo conselho de ética do fundo e pelo banco central, com base em diretrizes estabelecidas.
No final de junho, o fundo detinha ações em 61 empresas israelenses. Após a revisão, restam apenas seis. A participação na Caterpillar, que representava 1,2% das ações da empresa listadas em Nova York, também foi encerrada. O NBIM alegou que escavadeiras da marca estariam sendo utilizadas em demolições ilegais de propriedades palestinas.
Parlamentares republicanos reagiram à decisão. O senador Lindsey Graham sugeriu a imposição de tarifas à Noruega e restrições de visto a dirigentes do fundo, acusando o país de punir empresas americanas por motivos geopolíticos.
A medida também inclui o encerramento de contratos com gestores externos de ativos em Israel. O NBIM afirmou que busca simplificar sua carteira e seguir padrões éticos em mercados de alto risco.