Ex-ministro do Turismo é preso por suposta tentativa de ajudar Mauro Cid a deixar o país

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Ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Foto: Isac Nóbrega/PR

A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (13 de junho), o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, em Recife (PE). A prisão ocorre no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de ajudar o tenente-coronel Mauro Cid a obter um passaporte português para deixar o Brasil.

Segundo informações divulgadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Machado teria feito gestões junto ao Consulado de Portugal, em Recife, no dia 12 de maio, para viabilizar o documento para Cid.

Apesar de não ter obtido sucesso na solicitação, investigadores da Polícia Federal apontam que há indícios de que o ex-ministro tentou buscar alternativas junto a outras representações diplomáticas para garantir a saída do militar do país.

Com base nesses elementos, a PGR solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para busca e apreensão de documentos, além da quebra de sigilo telefônico e de mensagens de Gilson Machado. O objetivo é identificar eventuais provas que possam confirmar sua participação na tentativa de facilitar uma fuga de Mauro Cid.

O procurador-geral da República afirmou que as ações de Machado podem configurar obstrução de investigação penal, especialmente no contexto das apurações sobre tentativas de golpe de Estado no Brasil.

Outro fator que gerou interesse dos investigadores foi uma campanha promovida pelo ex-ministro em seu perfil no Instagram. Em maio, Machado iniciou uma arrecadação de dinheiro para o ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que ele precisava de recursos para custear despesas médicas, pagar advogados e enviar dinheiro para seu filho, Eduardo Bolsonaro, que mora nos Estados Unidos.

A iniciativa foi comparada à “vaquinha” realizada em 2023, que arrecadou mais de R$ 17 milhões via Pix, conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Apesar do apoio demonstrado na campanha, Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo agradecendo a iniciativa, mas recusando o dinheiro arrecadado por Machado.

O ex-ministro negou as acusações e afirmou que sua tentativa de contato com o consulado português não teve relação com Mauro Cid, mas sim com um pedido para auxiliar o pai de Cid, Carlos Eduardo Machado Guimarães, na renovação de seu passaporte.

A Polícia Federal segue aprofundando as investigações para determinar se há elementos concretos que possam levar ao indiciamento de Machado por obstrução de Justiça ou outras possíveis infrações.

O caso agora aguarda novos desdobramentos, com expectativa de que o STF se manifeste sobre a validade das provas coletadas e os próximos passos da investigação.

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