Exportações de cerâmica podem cair até 78% com tarifa dos EUA

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Foto: Anfacer

O setor brasileiro de revestimentos cerâmicos enfrenta perspectivas negativas diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações do produto. A medida pode entrar em vigor já em 1º de agosto, impactando diretamente as exportações para o principal mercado consumidor da cerâmica nacional.

De acordo com projeções da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmicas para Revestimentos), o setor pode registrar queda de 40% nas exportações ainda em 2025, com o volume exportado caindo cerca de 6 milhões de metros quadrados no segundo semestre. Caso a tarifa seja mantida, a estimativa anual aponta para uma redução de 12 milhões de metros quadrados, totalizando até 78% de retração.

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O tipo de cerâmica mais exportado para os Estados Unidos é composto por peças de menor dimensão, o que, segundo a entidade, limita alternativas de mercado. Não há, atualmente, países com demanda equivalente que permitam compensar essa perda comercial.

Fabricantes brasileiros iniciaram articulações com os governos estaduais e o governo federal em busca de medidas compensatórias. A principal demanda é a criação de linhas de crédito emergenciais para sustentar a indústria diante da queda de receita. Representantes da Anfacer estão em negociação com administrações locais, tentando viabilizar apoio financeiro regional.

Apesar dos esforços para postergar a entrada em vigor das tarifas, há baixa expectativa de reversão. A entidade reconhece que negociações diplomáticas não avançaram como em países como a China, que conseguiu prorrogar medidas similares. A ausência de canal efetivo de negociação teria comprometido a resposta brasileira.

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