O secretário de Habitação de São Paulo, Marcelo Branco, classificou como “estranhos” os comentários feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante visita à Favela do Moinho, na região central da capital. Lula afirmou que a criação de um parque no local “não pode ser feita às custas do sofrimento de um ser humano” e condicionou a cessão definitiva do terreno ao governo estadual à comprovação de respeito à dignidade dos moradores.
Durante o discurso, o presidente disse ainda que “tem gente que gosta de tirar proveito da desgraça” e que não aceitaria ver a população local sendo “explorada”. As declarações ocorreram em um evento público na comunidade, que reúne cerca de 800 famílias.
Marcelo Branco afirmou que as falas não condizem com o diálogo que vem sendo conduzido entre os governos federal e estadual sobre a requalificação da área. O projeto inclui o cadastramento dos moradores para atendimento habitacional e prevê a construção de um parque público como parte da proposta.
A Favela do Moinho ocupa terreno da União, e sua cessão está em negociação desde o ano passado, sob coordenação da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).