A morte de Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, de 35 anos, na última terça-feira (6 de maio) na Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo reacendeu discussões sobre a segurança dos sistemas de transporte operados por concessionárias privadas.
O passageiro ficou preso entre o vão e a porta da plataforma da Estação Campo Limpo, administrada pela ViaMobilidade. Diferente das linhas operadas pelo governo estadual, a Linha 5-Lilás não possui sensores de presença no espaço entre o trem e a plataforma, o que poderia ter evitado o acidente.
Lourivaldo morava em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, era casado e tinha três filhos. Trabalhava como repositor de supermercado e estudava Educação Física, além de dar aulas particulares de natação.
Segundo familiares, ele usava o metrô diariamente para se deslocar pela cidade.
Especialistas apontam que o vão entre o trem e a plataforma no metrô de São Paulo é maior do que em outros países, o que aumenta o risco de acidentes. Além disso, a ausência de sensores faz com que a porta feche mesmo com uma pessoa no espaço.
O engenheiro Luis Kolle, presidente da AEAMESP (Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô), afirma que o sistema deveria operar no modo “falha segura”, garantindo que as portas não se fechassem caso houvesse obstrução.
Já o engenheiro Peter Alouche, que trabalhou no metrô de São Paulo por 35 anos, acredita que houve uma série de falhas no caso da morte de Lourivaldo.
Após o acidente, a ViaMobilidade informou que pretende instalar sensores nos vãos das plataformas até fevereiro de 2026. A empresa também anunciou que implementará barreiras físicas para cobrir o espaço entre os trens e as portas de plataforma.
O sistema já foi adotado na Linha 2-Verde, após um incidente semelhante na estação Vila Prudente, em março, quando uma passageira ficou presa, mas foi retirada sem ferimentos.
Fonte: Redação