A família de Juliana Marins, brasileira de 27 anos que morreu após cair em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, afirmou que a jovem foi vítima de “grande negligência” por parte das equipes de resgate locais. A publicitária, natural de Niterói (RJ), ficou cerca de quatro dias à espera de socorro após o acidente, ocorrido na sexta-feira (20). O corpo foi encontrado apenas na terça-feira (24), cerca de 600 metros abaixo do ponto da queda.
De acordo com os familiares, se o resgate tivesse sido efetuado em até sete horas após o acidente — tempo considerado viável pelas condições climáticas e geográficas naquele momento — Juliana poderia ter sobrevivido. Testemunhas relataram que ela foi deixada para trás pelo guia contratado, o qual continuou a trilha com o restante do grupo. O desaparecimento só foi notado horas depois, aumentando o tempo de resposta das autoridades locais.
O governo indonésio reconheceu a complexidade da operação de resgate, mencionando dificuldades causadas pelo relevo acidentado da região, pelo mau tempo e pela necessidade de mobilização de múltiplas agências. Em nota oficial, o Ministério Florestal do país expressou “profundo pesar” pela morte da brasileira e ofereceu condolências à família.
Imagens divulgadas pela família mostram Juliana escorregando ao longo da encosta durante os dias seguintes ao acidente, deslocando-se por aproximadamente 600 metros antes de ser localizada sem vida. A remoção do corpo foi realizada na quarta-feira (25), em uma operação que durou mais de sete horas. O traslado envolveu içamento por cordas em área de difícil acesso, transporte por trilha e envio ao Hospital Bhayangkara, onde o corpo passará por exames antes da repatriação.
Juliana viajava pela Ásia desde fevereiro e havia visitado países como Filipinas, Vietnã e Egito. Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela era apaixonada por natureza, arte e fotografia, e usava as redes sociais para compartilhar experiências de viagem.
A família afirma que buscará responsabilização das autoridades e das agências envolvidas. “Vamos atrás de justiça, porque ela merece”, publicou um parente nas redes sociais.