FBI faz busca na casa de John Bolton em investigação sobre documentos confidenciais

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Donald Trump e John Bolton (Foto: Reuters)
Donald Trump e John Bolton (Foto: Reuters)

O FBI realizou nesta sexta-feira (22) uma operação de busca na residência de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, como parte de uma investigação sobre o possível manuseio indevido de informações confidenciais. A ação foi inicialmente divulgada pelo New York Post e confirmada pela CNN, que registrou a presença de agentes federais na casa de Bolton, localizada na região de Washington, D.C.

Segundo a CNN, entre quatro e seis agentes entraram no imóvel, enquanto outros conversavam com uma pessoa na varanda. Bolton afirmou que não foi informado previamente sobre a operação e que ainda busca entender os motivos da visita dos investigadores.

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O diretor do FBI, Kash Patel, publicou uma mensagem enigmática nas redes sociais:

“NINGUÉM está acima da lei… Agentes do FBI em missão.” Apesar da frase, não ficou claro se ela se referia diretamente à operação envolvendo Bolton. A agência optou por não comentar oficialmente o caso.

 Histórico de atritos e suspeitas

Fontes citadas pelo Wall Street Journal indicam que a investigação está relacionada a suspeitas de divulgação indevida de material sigiloso. Bolton já enfrentou acusações semelhantes em 2020, após a publicação de seu livro de memórias The Room Where It Happened, no qual fez fortes críticas ao então presidente Donald Trump. O Departamento de Justiça chegou a abrir um processo, encerrado em 2021 pela administração de Joe Biden.

Bolton é um crítico declarado de Trump. Durante o primeiro mandato do republicano, o presidente tentou impedir judicialmente a publicação do livro e chegou a ameaçar prender o ex-assessor. A obra descreve Trump como mal informado em política externa e obcecado com sua imagem pública, além de relatar supostos pedidos feitos a líderes da China e da Ucrânia para ajudá-lo nas eleições de 2020.

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Em janeiro deste ano, logo após reassumir a presidência, Trump ordenou a retirada da equipe do Serviço Secreto responsável pela proteção de Bolton e voltou a atacá-lo publicamente, chamando-o de “idiota” e “perdedor demitido”.

Retaliações e clima de tensão

A operação contra Bolton ocorre em meio a um cenário de retaliações políticas promovidas por aliados de Trump em seu segundo mandato. Nas últimas semanas, o governo intensificou medidas contra críticos e opositores, incluindo a abertura de uma investigação de grande júri contra a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, e a divulgação de entrevistas internas do FBI que acusam o deputado democrata Adam Schiff de vazamentos relacionados ao caso Trump-Rússia.

Até o momento, o FBI não revelou quais documentos ou informações motivaram a operação na casa de Bolton, e o ex-conselheiro não foi formalmente acusado.

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