José Luiz Runco foi desligado do cargo de chefe do departamento médico do Flamengo nesta quarta-feira (23), após uma série de atritos com o elenco e declarações polêmicas sobre o meio-campista uruguaio Nicolás De La Cruz. A decisão ocorre em meio à crescente insatisfação de atletas e repercussão negativa de uma mensagem divulgada pelo médico a dirigentes do clube.
Na comunicação, Runco questionou a contratação de De La Cruz pela gestão anterior e descreveu lesões irreversíveis nos joelhos do jogador, sugerindo que ele não teria condição de atuar em alto rendimento. A mensagem provocou reação imediata no grupo, com o atleta Arrascaeta se manifestando nas redes sociais em defesa do companheiro.
Integrantes do elenco vinham demonstrando desconfiança em relação às decisões médicas desde o início do ano. Runco propôs cortes em serviços como nutrição nas viagens e chegou a eliminar áreas de lazer como o futmesa do centro de treinamento. Parte dos jogadores passou a realizar tratamentos fora do clube, ampliando a tensão.
Durante os sete meses no cargo, Runco também acumulou função na divisão olímpica e mantinha rotina presencial limitada no CT, gerenciando demandas por meio remoto. A diretoria do Flamengo informou que os demais médicos permanecem na equipe e emitiu nota reafirmando o compromisso com a saúde dos atletas e a transparência no tratamento de informações.
A equipe jurídica de De La Cruz avalia possíveis ações contra o ex-chefe médico, enquanto representantes do jogador buscam propostas de transferência para outras equipes.
