Foodservice bate recorde de faturamento, mas enfrenta queda no número de consumidores

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(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O setor de alimentação fora do lar no Brasil alcançou um marco histórico no segundo trimestre de 2025: R$ 62,4 bilhões em faturamento, segundo dados da pesquisa CREST, realizada pela Gouvêa Inteligência e divulgada pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB). Apesar do recorde, o fluxo de consumidores caiu 5% em relação ao mesmo período de 2024, revelando um paradoxo no comportamento de consumo.

O crescimento do ticket médio — que subiu 7% e chegou a R$ 21,07 por transação — explica o aumento na receita, mesmo com a queda no número de visitas, que totalizou 3 bilhões, o menor volume dos últimos 18 meses.

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 Menos frequência, mais gasto

A pesquisa aponta que os brasileiros estão gastando mais por visita, mas saindo menos para comer fora. “Nunca tivemos um gasto tão elevado, mas a queda no número de visitas indica um desafio estrutural para toda a cadeia de alimentação fora do lar”, afirmou Ingrid Devisate, cofundadora e Diretora Executiva do IFB.

A inflação persistente e a maior seletividade do consumidor impactaram quase todos os segmentos, inclusive os de menor custo. A única exceção foi o nicho de indulgência premium, que teve leve crescimento.

 Regiões e classes sociais

O Sudeste apresentou nova retração no tráfego, enquanto o Nordeste manteve sua trajetória de expansão. Entre as classes sociais, apenas a Classe B registrou crescimento. A Classe C, por outro lado, teve seu pior desempenho em um segundo trimestre desde 2022.

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 Delivery em alta

O canal de Delivery foi o único a escapar da retração, com crescimento de 11% no segundo trimestre frente a 2024. No acumulado de 12 meses até junho, também foi o único a registrar aumento simultâneo de tráfego e gasto médio.

Os pedidos de entrega se destacaram especialmente no almoço e à noite, com crescimento contínuo durante toda a semana — exceto nas sextas e domingos. O avanço foi impulsionado pelas classes B e C e pelas regiões Sudeste e Nordeste.

“O consumidor está cada vez mais conectado e exigente. O Delivery se consolidou como um canal estratégico e continuará sendo o motor de crescimento, desde que as empresas saibam equilibrar conveniência, preço e experiência”, concluiu Devisate.

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