Fraude no INSS coloca Carlos Lupi sob pressão e pode levar à sua saída do ministério

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Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), enfrenta uma crise política após a revelação de um esquema de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Aliados do ministro admitem, sob reserva, que ele pode pedir exoneração do cargo, e um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (2 de maio) pode definir seu futuro no governo.

A situação de Lupi se agravou após a escolha do procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do INSS, uma decisão tomada sem consulta ao ministro e ao PDT. A nomeação foi interpretada como um sinal de que Lupi perdeu influência dentro do governo e pode estar próximo de deixar o cargo.

Na última terça-feira (29 de abril), Lupi passou cinco horas em uma audiência na Câmara dos Deputados, onde se defendeu das acusações e apresentou um balanço das ações do governo para combater fraudes previdenciárias. Segundo ele, nos últimos dois anos foram iniciadas 268 apurações de novos casos de fraude, resultando em 171 investigações concluídas e 207 novos inquéritos policiais instaurados.

Essa não é a primeira vez que Lupi enfrenta uma crise no governo. Em 2011, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele foi alvo de denúncias de desvios de recursos e cobrança de propina em convênios com ONGs. Na época, permaneceu no cargo por quase um mês antes de pedir demissão.

Agora, aliados relatam que Lupi está cansado da crise e não pretende permanecer no ministério a qualquer custo. No entanto, ele fez questão de se defender publicamente antes de tomar qualquer decisão, buscando evitar que sua saída seja interpretada como uma admissão de culpa.

Caso Lupi saia do governo, o PDT pode romper com a base aliada de Lula. O líder do partido na Câmara, Mário Heringer (PDT-RS), já indicou que a legenda pode abandonar o governo caso o ministro seja demitido ou peça exoneração.

“Se demitir o nosso presidente Lupi, nós queremos também sair desse compartimento político, porque esse compartimento político não trata com reciprocidade e fidelidade os seus”, declarou Heringer em entrevista.

O encontro entre Lula e Lupi, previsto para esta sexta-feira (2 de maio), será decisivo para definir o futuro do ministro no governo. Enquanto isso, a Advocacia-Geral da União (AGU) segue levantando dados e preparando ações para ressarcir os cofres públicos pelos prejuízos causados pelas fraudes no INSS.

Fonte: Redação

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