Gasto com habitação tem queda histórica e pressiona deflação do IPCA em agosto

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Construção de habitações populares do programa "Minha Casa Minha Vida" em Olinda (PE) 07/05/2010 REUTERS/Bruno Domingos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,11% em agosto de 2025, influenciado principalmente pela queda de 0,90% no grupo Habitação. Este resultado representa o menor recuo mensal desde o início da série histórica, iniciada com o Plano Real. A retração no setor contribuiu com -0,14 ponto percentual para o índice geral, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O principal fator para essa redução foi o recuo de 4,21% na energia elétrica residencial, que teve impacto direto de -0,17 ponto percentual no IPCA. A queda foi atribuída ao crédito do Bônus de Itaipu, aplicado nas faturas emitidas em agosto. Apesar da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos, o bônus compensou parte dos custos. Ainda assim, houve reajustes em diversas regiões: São Luís (18,62%), Vitória (15,32%), Belém (4,25%) e São Paulo (13,97%).

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Outros itens do grupo Habitação também apresentaram variações. As tarifas de água e esgoto subiram 0,24%, impulsionadas por reajustes em Vitória (4,81%) e Salvador (4,97%). O gás encanado teve alta de 0,37%, com aumento de 6,41% em Curitiba e redução média de 1,22% no Rio de Janeiro.

A deflação registrada em agosto foi menos intensa do que a projetada por analistas, cuja mediana apontava para uma queda de 0,15%. No acumulado de 12 meses, o IPCA apresenta avanço de 5,09%, dentro da meta estipulada pelo Banco Central.

O desempenho do grupo Habitação em agosto reflete uma combinação de fatores tarifários e medidas compensatórias, com efeitos diretos sobre o custo de vida das famílias e sobre a política monetária nacional.

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