O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (3), durante evento na Itália, que o plano golpista articulado após as eleições de 2022 foi “muito provavelmente urdido com o beneplácito” do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração ocorre em meio ao julgamento do núcleo central da trama, que inclui Bolsonaro, pela Primeira Turma do STF — Mendes integra a Segunda Turma.
Segundo o ministro, o plano foi arquitetado por figuras de destaque do governo e militares de alto escalão, representando uma grave ameaça à democracia brasileira.
“A democracia brasileira sabe militar por sua própria conservação”, afirmou. “O plano golpista foi urdido por figuras proeminentes do governo e, ao que tudo indica, com o beneplácito do presidente da República.”
Gilmar Mendes também reforçou o compromisso do STF com a defesa da institucionalidade, destacando que a Corte não se curvou à ditadura militar e não aceitará submissão diante de pressões internas ou externas.
“[O STF] está preparado para enfrentar, uma vez mais e sempre, com altivez e resiliência, todas as ameaças contra si e sua independência — venham de onde vierem.”
As declarações do ministro ocorrem em um momento de forte tensão institucional, com o avanço das investigações sobre a tentativa de ruptura democrática após o resultado das eleições presidenciais de 2022.