Gilson Machado nega tentativa de ajudar Mauro Cid e diz que pedido era para seu pai

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O ex-ministro do Turismo Gilson Machado — Foto: Cristiano Mariz

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (13 de junho), no Recife, após ser preso por suspeita de tentar intermediar a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Negativa de envolvimento na fuga de Cid

Durante o interrogatório, Machado negou qualquer intenção de ajudar Mauro Cid a sair do Brasil e alegou que seu contato com o Consulado de Portugal no Recife tinha outro objetivo: resolver pendências documentais de seu pai, de 85 anos.

“Não matei, não trafiquei drogas, não tive contato com traficantes. Apenas pedi um passaporte para meu pai.”, declarou o ex-ministro ao chegar ao Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, onde passou por exame de corpo de delito.

Investigação e prisão preventiva

A prisão preventiva de Gilson Machado foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte das investigações sobre possíveis tentativas de obstrução da Justiça.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Machado pode ter tentado facilitar a saída de Cid do país por meio de um passaporte português. Caso seja confirmada a suspeita, isso configuraria obstrução da Justiça, agravando as acusações contra o ex-ministro.

Defesa e alegação sobre consulados

Machado também negou ter ido presencialmente a qualquer embaixada ou consulado, seja no Brasil ou no exterior.

“É só verificar as ligações e os áudios que mandei para os funcionários dos consulados. Não estive presente em lugar nenhum.”, afirmou.

A defesa do ex-ministro declarou que ainda não teve acesso ao inquérito da Polícia Federal e que solicitará os documentos do processo para entender os motivos da prisão.

O advogado Célio Avelino, responsável pela defesa, reforçou que sua equipe trabalhará para esclarecer o contexto das conversas de Machado com os consulados, alegando que não há provas concretas de um plano de fuga.

Mauro Cid também presta depoimento à PF

Enquanto Machado era interrogado no Recife, Mauro Cid também foi ouvido pela PF em Brasília, na manhã desta sexta-feira. Ele já é réu no STF por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, e as investigações agora buscam determinar se houve articulação para sua saída do país com ajuda de aliados.

A Polícia Federal segue analisando documentos e registros telefônicos para confirmar se houve tentativa deliberada de facilitar uma fuga.

Com as novas suspeitas e prisões, o caso segue em andamento, podendo gerar desdobramentos nos próximos dias.

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