A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Edbox, voltada ao desmantelamento de um esquema de falso investimento em criptomoedas que movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2024. A ação ocorreu simultaneamente em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Bahia, Roraima e no Distrito Federal, com cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária.
Segundo as investigações, o grupo criminoso era liderado por empresários chineses residentes na capital paulista. As vítimas eram atraídas por promessas de altos rendimentos em uma plataforma virtual chamada Edbox, apresentada por um suposto doutor em economia. Após o depósito inicial, os investidores eram informados de que os saques estavam bloqueados e precisariam pagar uma caução adicional de 5% para liberar os valores.
A plataforma saiu do ar logo após os pagamentos extras, deixando centenas de pessoas sem acesso ao dinheiro. Mais de 400 denúncias foram registradas em sites de reclamação. Em um dos casos, uma vítima do Distrito Federal relatou prejuízo de R$ 450 mil.
O dinheiro obtido era lavado por meio da compra de criptomoedas, créditos de carbono e exportação de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela. Brasileiros cooptados pelo grupo atuavam na organização de chats em aplicativos de mensagens, onde os golpes eram aplicados. Os operadores locais recebiam pagamentos em ativos digitais e eram monitorados pelos líderes estrangeiros.
Os investigados responderão por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Polícia Civil informou que novas fases da operação estão previstas para os próximos meses.
