O governo federal avalia uma mudança estrutural no modelo de financiamento habitacional ao propor a liberação parcial dos recursos compulsórios da poupança. Atualmente, 65% dos valores captados pelos bancos devem ser destinados ao crédito imobiliário, 15% ficam livres para operações diversas e 20% são retidos pelo Banco Central como compulsório.
A proposta em análise permitiria aos bancos utilizar livremente os recursos da poupança, desde que concedam crédito imobiliário em volume equivalente ao captado. A medida busca ampliar a oferta de financiamento sem comprometer a estabilidade do sistema.
O setor privado, por sua vez, apresentou uma alternativa que mantém o direcionamento obrigatório de 65% e propõe a liberação gradual de até 75% do compulsório. Para garantir liquidez, a sugestão inclui a criação de uma linha de redesconto com juros equivalentes aos da poupança, tendo títulos públicos como garantia.
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) acumula cerca de R$ 750 bilhões. Com a liberação parcial do compulsório, estima-se que o crédito imobiliário poderia receber um impulso de aproximadamente R$ 115 bilhões.
A proposta será debatida em reunião entre representantes do Ministério da Fazenda e do setor imobiliário na próxima segunda-feira, com expectativa de definição sobre o modelo a ser adotado nos próximos meses.