Governo Lula reage à tarifas dos EUA com defesa da soberania e decreto técnico

3 Min de leitura
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo federal intensificará nesta semana sua resposta ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposto pelos Estados Unidos sob comando do presidente Donald Trump. A estratégia combina ações políticas e técnicas, com foco na defesa da soberania nacional e na preservação dos interesses econômicos do Brasil.

No campo político, o Palácio do Planalto pretende ampliar o uso das redes sociais e das entrevistas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reforçar a narrativa em favor da soberania brasileira. A campanha busca também fragilizar politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, associando o grupo ao apoio explícito às medidas norte-americanas.

De acordo com fontes do governo, esta é a primeira vez no ano em que a gestão Lula assume a liderança do debate digital, com destaque para os temas de justiça tributária e união contra o ataque comercial vindo de Washington.

Na terça-feira (15), o governo deve publicar um decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica, preparando terreno jurídico para possível retaliação comercial aos Estados Unidos, caso a tarifa seja mantida.

Além disso, estão previstas reuniões com empresários exportadores, com a criação de um comitê conjunto entre setor público e privado. O grupo terá como missão elaborar estratégias de negociação com o governo norte-americano e alternativas de rota comercial para atenuar os efeitos da medida.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro mantêm pressão para que a postura de Trump leve à anistia geral dos envolvidos nos atos golpistas de 2022, atualmente julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação do grupo é que uma “reconciliação comercial” passaria pela retirada de sanções e perdão político.

No entanto, líderes do Congresso indicam resistência à proposta de anistia, classificando-a como uma ameaça à soberania nacional. Dentro do STF, o processo segue em ritmo regular: nesta segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou as alegações finais contra o núcleo central da trama golpista, que inclui o ex-presidente e seus ex-assessores. As turmas também iniciam a oitiva de réus ligados à execução do plano.

Compartilhar