O vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou que o Brasil publicará até terça-feira (15) um decreto para regulamentar a resposta às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. A medida será baseada na Lei da Reciprocidade e poderá abranger produtos norte-americanos isentos de tributos, como aeronaves, veículos, maquinário e eletrônicos.
A retaliação foi acelerada após o presidente Lula convocar Alckmin para antecipar viagem a Brasília, onde foi realizada reunião reservada sobre os termos do decreto. Segundo membros do governo, adendos adicionais estão sendo estudados para ampliar o escopo da reação, com possível inclusão de cláusulas de contenção política.
O governo brasileiro também pretende acionar a Organização Mundial do Comércio, argumentando que a decisão dos EUA é unilateral e sem respaldo econômico. Em 2024, o Brasil representou superávit na balança comercial de bens e serviços com os americanos, segundo dados oficiais. O impacto das tarifas afeta diretamente setores como siderurgia, alimentos processados e componentes industriais, com destaque para as exportações paulistas.
A nova política tributária norte-americana foi anunciada por Donald Trump e já abrange 25 países, com alíquotas variáveis entre 20% e 50%.