O Ministério da Saúde iniciou tratativas com entidades médicas para padronizar a abordagem cirúrgica no combate ao tracoma, doença inflamatória ocular que afeta principalmente populações indígenas aldeadas. A proposta inclui a normatização de procedimentos relacionados à triquíase tracomatosa, condição grave que pode levar à cegueira.
A iniciativa prevê a criação de protocolos para avaliação clínica, encaminhamento de pacientes e capacitação de oftalmologistas em áreas de difícil acesso. O objetivo é estruturar uma rede de atendimento especializada, com foco na realização de cirurgias corretivas e no controle da doença em regiões com baixa cobertura médica.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular propôs o mapeamento de profissionais credenciados no Sistema Único de Saúde (SUS) para viabilizar os atendimentos. A ausência de dados epidemiológicos atualizados sobre o tracoma no Brasil é apontada como obstáculo para a eliminação da doença como problema de saúde pública.
A maioria dos casos registrados atualmente ocorre em comunidades indígenas, onde o acesso ao diagnóstico e ao tratamento apresenta desafios logísticos e culturais. A proposta inclui ações de busca ativa, triagem e referenciamento para centros especializados, com vistas à futura validação da erradicação junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).