Haddad liga tarifa de Trump à extrema direita e à família Bolsonaro

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Montagem mostra Haddad e Trump — Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO; ROBERTO SCHMIDT/AFP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (10) que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não possui justificativa econômica e reflete uma ação de natureza política. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Barão Entrevista, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Haddad argumentou que os Estados Unidos mantêm histórico de superávit comercial com o Brasil, acumulando mais de US$ 400 bilhões nos últimos 15 anos. Segundo ele, a imposição da tarifa ignora esse cenário e revela uma postura “arbitrária” em relação à América do Sul.

O ministro também atribuiu parte da responsabilidade pela decisão à família do ex-presidente Jair Bolsonaro, mencionando declarações públicas de Eduardo Bolsonaro, que teria relacionado o tema a um possível “perdão político”. Haddad sugeriu que a pressão exercida por aliados da extrema direita contribuiu para intensificar as tensões diplomáticas entre os dois países.

Em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ministro fez críticas ao seu posicionamento, afirmando que a postura adotada diante da tarifa coloca em xeque sua independência política. “Ou a pessoa é candidata à presidência ou é candidata à vassalagem. E não há espaço para isso no Brasil desde 1822”, comentou.

Sobre as ameaças de Trump ao grupo Brics, Haddad enfatizou que o Brasil tem capacidade para não se alinhar exclusivamente a nenhum bloco internacional, destacando a importância de parcerias comerciais equilibradas e mutuamente benéficas.

O governo brasileiro reafirmou que estuda medidas de retaliação amparadas pela Lei da Reciprocidade Econômica, enquanto autoridades diplomáticas monitoram os desdobramentos da política tarifária dos Estados Unidos.

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