Homem é mordido pelo seu próprio cachorro em home office e processa empresa!

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Foto: Pet Anjo

Entenda como o tribunal avaliou a responsabilidade da empresa em um acidente doméstico ocorrido durante o teletrabalho.

Um trabalhador moveu um processo contra a Vale S.A. após ser mordido por seu próprio cachorro enquanto realizava suas atividades em home office. O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-BA) analisou o caso e rejeitou o pedido do empregado, afirmando que o incidente não estava diretamente relacionado ao seu trabalho.

Durante o teletrabalho, o funcionário sofreu uma lesão no joelho esquerdo ao ser atingido por seu animal de estimação.

Em sua defesa, o trabalhador argumentou que a empresa deveria ter fornecido orientações sobre os riscos que os cachorros representam no ambiente doméstico durante o desempenho das funções laborais.

A decisão do tribunal
Entretanto, o TRT-5 destacou que, no caso do home office, o controle do ambiente de trabalho é de responsabilidade do próprio trabalhador.

O tribunal esclareceu que não existia um nexo causal entre o acidente e as atividades desempenhadas pelo empregado, reforçando a ideia de que a segurança no lar durante o teletrabalho deve ser uma preocupação do próprio funcionário. Essa decisão traz à tona uma discussão importante sobre a segurança no ambiente de trabalho remoto.

Implicações do teletrabalho
Um aspecto relevante a ser considerado é que, com a pandemia de COVID-19, muitas empresas adotaram o teletrabalho como uma forma de manter a continuidade operacional.

Essa transição rápida levou a uma adaptação tanto por parte das empresas quanto dos empregados, que muitas vezes não estavam preparados para lidar com as implicações de trabalhar em casa.

Nesse contexto, a separação entre a vida profissional e pessoal se tornou mais desafiadora, e os riscos associados a acidentes domésticos podem aumentar.

Questões de saúde e segurança
Além do acidente envolvendo o cachorro, o trabalhador também pleiteou a manutenção do plano de saúde após o término do vínculo empregatício, alegando enfrentar problemas de saúde.
Contudo, a perícia realizada apontou que a condição do empregado era de origem degenerativa, sem qualquer relação com suas atividades laborais.

Essa informação é crucial, pois destaca a importância de uma análise cuidadosa de cada caso quando se trata de reivindicações de saúde no ambiente de trabalho.

A importância da separação entre vida pessoal e trabalho
Com essa decisão, fica evidente a importância de estabelecer uma clara separação entre as atividades de trabalho e o ambiente doméstico.

Isso pode ajudar a evitar situações inesperadas e garantir a segurança de todos os envolvidos no teletrabalho.

O caso ressalta a responsabilidade que cada trabalhador tem em gerenciar seu espaço de trabalho em casa, principalmente em um cenário onde o home office se tornou uma prática comum.

Responsabilidades das empresas no home office
A situação também levanta questões sobre a responsabilidade das empresas em fornecer orientações sobre a configuração do espaço de trabalho remoto.

Embora as empresas não possam controlar o ambiente doméstico dos colaboradores, elas podem e devem oferecer diretrizes sobre como criar um espaço seguro e produtivo para o trabalho.

Isso inclui recomendações sobre ergonomia, o uso de equipamentos adequados e a criação de um ambiente livre de distrações e perigos.

A necessidade de adaptação na legislação trabalhista
Para os empregadores, é fundamental considerar a segurança dos colaboradores, mesmo quando eles estão trabalhando remotamente, e fornecer orientações que ajudem a prevenir acidentes e garantir um ambiente seguro.

Essa situação ilustra a complexidade das relações de trabalho em tempos de teletrabalho, onde a linha entre vida pessoal e profissional pode facilmente se confundir.

Além disso, a decisão do tribunal sugere a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a legislação trabalhista e a proteção dos direitos dos trabalhadores que atuam em regime de home office.

À medida que o trabalho remoto se torna mais comum, as empresas e os legisladores devem se adaptar para garantir que os direitos e a segurança dos trabalhadores sejam preservados, independentemente de onde o trabalho esteja sendo realizado.

Fonte: CPG

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