O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reassumiu a condução dos trabalhos legislativos na noite de quarta-feira (6), após dois dias de obstrução promovida por parlamentares da oposição. A retomada ocorreu em meio a protestos de deputados bolsonaristas, que tentaram impedir o início da sessão plenária.
Em pronunciamento de cerca de dez minutos, Motta afirmou que os atos de obstrução física não foram condizentes com a história da Casa. Sem citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar mencionou “acontecimentos recentes” que geraram um “sentimento de ebulição” no Legislativo. Ele defendeu o fortalecimento da democracia e declarou que “o país deve estar em primeiro lugar e não projetos pessoais”.
Durante os dois dias de paralisação, deputados da oposição ocuparam cadeiras da Mesa Diretora e utilizaram esparadrapos para cobrir olhos e bocas em sinal de protesto. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou sua filha de quatro meses ao plenário e sentou na cadeira da presidência com a criança no colo. No Senado, alguns parlamentares chegaram a se acorrentar à mesa de comando.
O presidente da Câmara afirmou que não irá negociar sua posição à frente da Casa e que não permitirá que obstruções superem o papel institucional do Parlamento. Ele destacou que continuará apostando no diálogo e que a Mesa Diretora deve ser respeitada por todos os parlamentares.
Motta anunciou que, a partir de quinta-feira (7), pretende conduzir uma pauta voltada aos interesses nacionais. Ele declarou ter conversado com lideranças partidárias e reforçou o compromisso com o regimento interno, prometendo manter “serenidade e firmeza” durante sua gestão.