O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, opera em queda nesta sexta-feira (16 de maio), após ter atingido um novo recorde no dia anterior, ultrapassando os 139 mil pontos. O movimento de baixa foi impulsionado pela forte desvalorização das ações do Banco do Brasil, que caíram mais de 12%, após a divulgação de um lucro líquido abaixo das expectativas no primeiro trimestre de 2025.
Banco do Brasil enfrenta desafios no crédito rural
O desempenho do Banco do Brasil no primeiro trimestre foi impactado pela deterioração da carteira de crédito, especialmente no setor agrícola. A inadimplência rural segue em alta, pressionando os resultados da instituição financeira. Segundo o analista Evandro Medeiros, da Suno Research, o banco enfrenta um cenário desafiador, exigindo maior cautela na gestão de riscos.
Além disso, o Banco do Brasil anunciou a suspensão de suas projeções corporativas para 2025, incluindo estimativas de custo do crédito, margem financeira bruta e lucro líquido ajustado. A decisão gerou preocupação entre investidores, contribuindo para a queda acentuada das ações.
Dólar opera em baixa
Em um dia de agenda econômica mais tranquila, o dólar inverteu o sinal no início da tarde e passou a operar em baixa. Por volta das 15h45, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,66, registrando uma queda de 0,23%.
Na véspera, o dólar havia fechado em alta de 0,83%, cotado a R$ 5,6792. No acumulado do ano, a moeda apresenta uma desvalorização de 8,10%, refletindo a volatilidade do mercado cambial.
Fatores que influenciam os mercados
Além dos resultados das empresas no primeiro trimestre, investidores seguem atentos a indicadores econômicos dos Estados Unidos e às questões fiscais no Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que a equipe econômica está avaliando novas medidas para cumprir a meta fiscal de 2025, mas negou que o governo esteja preparando um novo pacote fiscal.
Nos EUA, a confiança do consumidor registrou uma nova queda em maio, enquanto as expectativas de inflação para o próximo ano aumentaram. O índice da Universidade de Michigan caiu de 52,2 pontos em abril para 50,8 pontos em maio, contrariando as previsões de economistas.
Impacto dos acordos comerciais dos EUA
Os mercados também acompanham os desdobramentos dos acordos comerciais que o governo Trump está negociando com os principais parceiros dos EUA. Nesta sexta-feira, o republicano afirmou que os EUA enviarão cartas aos países, descrevendo o que eles precisarão “pagar para poder negociar” com os norte-americanos.
Além disso, no início da semana, os EUA anunciaram uma trégua tarifária com a China, medida que foi bem recebida pelos mercados e pode influenciar o comércio global.
O mercado financeiro segue atento aos próximos desdobramentos, especialmente às decisões do Banco Central do Brasil e às movimentações do governo em relação ao arcabouço fiscal. A volatilidade pode continuar nos próximos dias, dependendo dos novos dados econômicos e das declarações de autoridades.
Fonte: Redação