Os interrogatórios dos réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado nas eleições de 2022, conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ganharam destaque na imprensa internacional. O julgamento, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi descrito como “histórico” por veículos estrangeiros e gerou amplas análises sobre o cenário político brasileiro.
Repercussão na mídia global
A rádio pública norte-americana NPR destacou que esta é a primeira vez na história do Brasil que um ex-chefe de Estado é julgado por tentativa de derrubada de governo. O jornal The Washington Post, por sua vez, reproduziu uma análise da agência AP, afirmando que Bolsonaro alegou perseguição política, mas manteve um tom moderado ao longo do interrogatório.
Já o britânico The Guardian ressaltou que Bolsonaro admitiu ter discutido possibilidades para contestar as eleições, mas negou ter organizado um golpe. O jornal descreveu que o ex-presidente usou seu depoimento como “plataforma política”, defendendo seu governo e fazendo críticas ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O espanhol El País classificou o julgamento como um “comício” conduzido por Bolsonaro, afirmando que ele manteve uma postura de militar nostálgico da ditadura. No jornal argentino La Nación, a cobertura destacou a declaração do ex-presidente sobre ter atuado dentro da Constituição, sem especificar quais ações foram tomadas.
Próximos passos do julgamento
A imprensa internacional também especulou sobre o impacto do julgamento na política brasileira. O STF seguirá analisando provas e depoimentos dos envolvidos, enquanto Bolsonaro enfrenta disputas públicas com ministros da Corte que devem tomar as decisões finais sobre o caso.
A repercussão mundial demonstra a relevância do processo para a democracia do Brasil, colocando o país sob os holofotes internacionais e evidenciando desafios institucionais na condução do julgamento dos acusados.