Indígena do Acre é acusado de estuprar turista chilena durante ritual

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Turista chilena acusa líder indígena de estupro durante visita em aldeia no Acre • Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil do Acre (PCAC) investiga uma denúncia de estupro feita pela turista chilena Loreto Belen contra o líder indígena Isaka Ruy, do povo Huni Kuî, na Aldeia Me Nia Ibu, localizada no município de Feijó, interior do estado.

Segundo relato da vítima, os abusos ocorreram durante uma imersão espiritual na aldeia, iniciada em 15 de maio. Quatro dias após a chegada, Loreto teria sido assediada pela primeira vez durante um banho medicinal, quando o indígena teria tocado suas partes íntimas com as mãos. A turista afirma que o momento foi registrado em vídeo.

Loreto relatou que, dias depois, Isaka ainda teria tentado beijá-la à força. Ela contou o ocorrido aos pais do líder indígena e à esposa dele, identificada como Iriki, que teriam pedido desculpas e solicitado que a gravação fosse apagada. Após o episódio, a chilena continuou na aldeia, hospedada na casa do irmão do acusado e isenta de custos na experiência.

De acordo com a vítima, em outro momento, durante uma conversa na floresta, Isaka Ruy teria insistido em tornar-se seu parceiro. Diante da recusa, Loreto afirma ter sido estuprada.

“Ele começou a dizer que queria que eu fosse sua parceira, que sentia amor por mim. Eu disse que éramos como irmãos. Então ele se lançou sobre mim, me beijando e apalpando até cometer o estupro”, declarou Loreto em vídeo publicado nas redes sociais.

Ela também acusa o indígena de agredi-la com um pedaço de madeira logo após o crime e afirma que familiares dele teriam roubado seu celular, onde estariam armazenadas provas dos abusos.

O delegado Dione Lucas, titular da Delegacia-Geral de Feijó, informou que a vítima apresentou vídeos, comprovantes de pagamento e sinais de lesões corporais. Com base nesses elementos, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva de Isaka Ruy, e o mandado foi expedido pelo Judiciário. No entanto, o investigado fugiu da aldeia antes de ser localizado.

“Assim que tivemos elementos consistentes apresentados pela vítima, solicitamos a prisão preventiva, que foi prontamente acatada. Enquanto aguardávamos a formalização, o investigado fugiu do local”, disse o delegado.

A Polícia Civil segue em busca do suspeito e prevê a conclusão do inquérito até a próxima quarta-feira.

Em nota, Isaka Ruy afirmou que o caso está sendo analisado pela Justiça e que não se manifestará no momento. Ele negou as acusações e disse que prestará esclarecimentos posteriormente.

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