Infidelidade pode ter componente genético, mas decisão ainda é individual

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Imagem: Reprodução

A possibilidade de que a infidelidade tenha raízes genéticas voltou a ganhar destaque após estudos indicarem que pessoas com receptores de dopamina menos sensíveis podem ser até 50% mais propensas a trair seus parceiros. Apesar disso, especialistas afirmam que o comportamento não está biologicamente determinado e depende de múltiplos fatores, incluindo aspectos ambientais, psicológicos e sociais.

Pesquisas apontam que uma variação do gene D4 está associada à busca por emoções intensas e comportamentos de risco. Indivíduos com essa mutação necessitam de níveis mais altos de dopamina para sentir prazer, o que pode aumentar a propensão a jogos de azar, impulsividade sexual e infidelidade.

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Contudo, a predisposição genética não elimina o poder de escolha. Assim como ocorre com outras condições influenciadas por herança genética, como o alcoolismo, a presença do gene não significa que o comportamento será manifestado. Traição, portanto, segue sendo uma ação baseada em decisões conscientes.

Além da genética, fatores epigenéticos — como traumas na infância, negligência emocional e exposição a relacionamentos instáveis — também podem influenciar padrões comportamentais. Crianças criadas em ambientes onde a infidelidade é comum podem, inconscientemente, reproduzir esse modelo na vida adulta. Situações de abandono ou abuso ainda podem levar ao desenvolvimento de compulsões sexuais como tentativa de compensação afetiva.

Hormônios como dopamina e oxitocina, relacionados ao prazer e ao vínculo emocional, também exercem papel importante. Essas substâncias, produzidas durante momentos íntimos, fortalecem os laços afetivos, mas, em desequilíbrio, podem contribuir para padrões de dependência emocional ou instabilidade nas relações.

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Embora existam fatores que aumentam o risco, a infidelidade permanece como uma escolha pessoal. Profissionais da saúde mental reforçam que é possível identificar e modificar comportamentos disfuncionais por meio de terapia, promovendo autoconhecimento e vínculos mais saudáveis.

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