Inflação desacelera para 0,26% em maio, mas alta na conta de luz preocupa

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, registrou uma desaceleração em maio, ficando em 0,26%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (10 de junho). O resultado ficou abaixo da taxa de 0,43% registrada em abril, marcando a terceira queda consecutiva do índice.

No acumulado do ano, o IPCA já soma 2,75%, enquanto nos últimos 12 meses o índice atingiu 5,32%, ainda acima da meta de 3% perseguida pelo Banco Central. Apesar da desaceleração, a inflação continua sendo um fator de preocupação para a economia brasileira.

Energia elétrica impulsiona alta no grupo Habitação

Entre os nove grupos analisados pelo IBGE, o setor de Habitação foi o que apresentou a maior variação de preços, com alta de 1,19%, impactando diretamente o IPCA com 0,18 ponto percentual.

O principal responsável por esse aumento foi a energia elétrica residencial, que registrou uma alta de 3,62% em maio, após uma leve queda de 0,08% em abril. A mudança para a bandeira tarifária amarela adicionou um custo extra de R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

A previsão para junho é ainda mais preocupante, já que a bandeira vermelha patamar 1 entrará em vigor, elevando a cobrança adicional para R$ 4,46 por 100 kWh consumidos.

Alimentos e transportes ajudam a conter inflação

Apesar da pressão da energia elétrica, os grupos de Alimentação e Bebidas e Transportes ajudaram a conter a inflação.

  • Alimentação e Bebidas desacelerou para 0,17% em maio, contra 0,82% em abril. A alimentação no domicílio teve uma variação mínima de 0,02%, com quedas nos preços de tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%).
  • Transportes registrou uma queda de 0,37%, impulsionada pela redução nos preços das passagens aéreas (-11,31%) e dos combustíveis (-0,72%). Todos os combustíveis pesquisados apresentaram deflação, incluindo óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).

Inflação de serviços e impacto na Selic

A inflação de serviços, um dos pontos de atenção do Banco Central, teve uma leve desaceleração, passando de 0,20% em abril para 0,18% em maio. No acumulado de 12 meses, porém, o índice ainda está em 5,80%, acima do IPCA geral.

O mercado financeiro segue atento à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, que será anunciada na próxima semana. A expectativa é de que o Banco Central mantenha os juros no patamar atual para conter a inflação.

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