Inflação nos EUA permanece controlada, apesar do tarifaço de Trump

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Crédito: Reprodução/X @WhiteHouse)

A inflação nos Estados Unidos apresentou uma leve desaceleração em maio, mesmo após a implementação das novas tarifas de importação do governo Trump. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu apenas 0,1% no mês, acumulando 2,4% nos últimos 12 meses – ainda acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (Fed), mas sem um impacto significativo das tarifas até o momento.

Fatores que explicam a resistência da inflação

Economistas apontam que os efeitos do tarifaço ainda não chegaram completamente aos preços ao consumidor. Isso ocorre por alguns motivos:

  • Setor de serviços domina a inflação atual: O impacto das tarifas é mais direto sobre bens importados e produtos industriais, enquanto os preços dos serviços levam mais tempo para reagir.
  • Empresas anteciparam importações: Muitas companhias aumentaram seus estoques antes da implementação das tarifas, aproveitando as regras anteriores e postergando o repasse dos custos aos consumidores.
  • Mercado interno segue absorvendo impacto inicial: Apesar do aumento das importações no início do ano, a oferta interna continua suprindo parte da demanda, reduzindo a pressão sobre os preços.

Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou uma queda de 0,2% no primeiro trimestre, frustrando expectativas de crescimento, o que também contribuiu para um ambiente de menor pressão inflacionária.

Especialistas acreditam que os efeitos das tarifas ficarão mais evidentes à medida que os estoques forem reduzidos e os custos forem repassados ao consumidor. Ainda assim, as negociações comerciais entre os EUA e China e o Reino Unido podem influenciar essa dinâmica.

Enquanto o governo americano busca ajustar suas parcerias comerciais, analistas apontam que a manutenção das tarifas pode comprometer o crescimento da economia dos EUA no médio prazo.

A política tarifária de Trump pode gerar oportunidades para o Brasil, especialmente no setor de exportação de commodities e produtos agrícolas. Caso a relação comercial entre China e Estados Unidos se altere, o país pode ocupar novos espaços no mercado internacional.

Dados apontam que as exportações brasileiras para os EUA cresceram 5% nos primeiros meses do ano, representando um recorde histórico.

Embora a inflação americana continue sob controle por ora, a expectativa é que os impactos das tarifas se tornem mais visíveis nos próximos meses, influenciando tanto o mercado interno dos EUA quanto a economia global.

Fonte: Redação
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