Interrogatórios reforçam denúncia de tentativa de golpe e podem acelerar julgamento no STF

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Bolsonaro durante interrogatório em julgamento da trama golpista — Foto: Antonio Augusto/STF

Os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista foram concluídos esta semana no Supremo Tribunal Federal (STF), e investigadores acreditam que as acusações foram reforçadas. Entre os oito réus ouvidos na segunda (9) e na terça (10) estava o ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja participação nas reuniões sobre a chamada “minuta do golpe” foi admitida por testemunhas.

Durante os depoimentos, os acusados negaram que tenham tratado de medidas golpistas, mas confirmaram a presença em encontros estratégicos. Para os investigadores, há elementos sólidos que indicam tratativas ilegais, incluindo depoimentos, anotações e mensagens trocadas entre os envolvidos.s

Um dos interrogatórios considerados mais importantes foi o do tenente-coronel Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada. Segundo fontes próximas ao caso, Cid confirmou detalhes cruciais de sua delação, colocando Bolsonaro no centro das discussões sobre um possível golpe.

Por outro lado, a defesa dos réus enfatizou a participação do ministro Luiz Fux nas audiências, destacando seus questionamentos. Nos bastidores, há expectativa de que Fux possa servir como um contraponto ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Com o encerramento dos interrogatórios, o processo avança para novas etapas. O ministro Alexandre de Moraes abriu um prazo de cinco dias para que advogados dos réus e a Procuradoria-Geral da República indiquem se há necessidade de diligências adicionais. Esses pedidos podem ser aceitos ou rejeitados, impactando o andamento do caso.

Após essa fase, será aberto o prazo para alegações finais. Primeiro, a Procuradoria terá 15 dias para apresentar sua argumentação, seguido pelo mesmo prazo para a defesa de Mauro Cid. Depois, os demais réus terão suas próprias janelas de defesa.

Encerradas essas etapas, caberá a Alexandre de Moraes elaborar seu voto. Quando o processo estiver pronto, a Primeira Turma do STF definirá a data do julgamento, que pode ocorrer no segundo semestre deste ano.

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