O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou deflação de 0,11% em agosto de 2025, marcando a primeira queda mensal em um ano. O resultado foi influenciado principalmente pelo recuo nos preços do grupo Habitação, que teve retração de 0,90% no período, puxado pela redução de 4,21% na energia elétrica residencial. Esse movimento foi favorecido pela aplicação do Bônus de Itaipu nas faturas emitidas no mês, que compensou parcialmente os efeitos da bandeira tarifária vermelha patamar 2.
A deflação registrada ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava uma queda de 0,15%. No acumulado de 12 meses, o IPCA registra alta de 5,13%, enquanto em 2025 o avanço é de 3,15%.
Além da energia, o grupo Alimentação e Bebidas também contribuiu para a queda do índice, com recuo de 0,46%. Os alimentos consumidos em casa ficaram ainda mais baratos, com destaque para o tomate (-13,39%), cebola (-8,69%), batata-inglesa (-8,59%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%). A alimentação fora de casa também desacelerou, com o lanche passando de 1,90% em julho para 0,83% em agosto, e a refeição de 0,44% para 0,35%.
O grupo Transportes apresentou queda de 0,27%, influenciado pela redução nos preços das passagens aéreas (-2,44%) e dos combustíveis, como gasolina (-0,94%), etanol (-0,82%) e gás veicular (-1,27%). O óleo diesel foi o único combustível a registrar alta, com aumento de 0,16%.
Por outro lado, quatro grupos registraram alta no mês: Educação (0,75%), Vestuário (0,72%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,54%) e Despesas Pessoais (0,40%). No grupo Educação, os cursos superiores tiveram reajuste de 1,26%, enquanto os cursos de idiomas subiram 1,87%. Em Despesas Pessoais, os jogos de azar tiveram aumento de 3,60%, enquanto cinema, teatro e concertos registraram queda de 4,02%, influenciados pela Semana do Cinema.
A deflação de agosto reflete uma combinação de fatores tarifários, sazonais e compensatórios, com impacto direto sobre o custo de vida e sobre as expectativas da política monetária.