O Irã anunciou nesta quinta-feira (12 de junho) que pretende aumentar significativamente sua produção de urânio enriquecido, poucos dias antes da sexta rodada de negociações com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear.
A declaração do governo iraniano contradiz diretamente a posição americana, que busca reduzir a capacidade de enriquecimento de urânio do país.
A condenação da AIEA e a resposta iraniana
O anúncio do Irã veio logo após o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovar uma resolução condenando a política nuclear iraniana. A entidade acusou o país de descumprir obrigações de não proliferação, algo que não acontecia há quase duas décadas.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reagiu afirmando que, caso EUA e Israel destruam as instalações nucleares de Teerã, o país irá reconstruí-las imediatamente.
“Se destruírem nossas instalações com bombas, tudo estará perdido? Não. Essas capacidades existem em nossas mentes. Seja o que for que façam, reconstruiremos novamente.”, declarou Pezeshkian.
Negociações e tensões entre Teerã e Washington
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que a resolução da AIEA dificultará as negociações com os Estados Unidos, que serão realizadas em Omã, no próximo domingo (15).
Israel, principal adversário regional do Irã, pediu uma resposta “decisiva” da comunidade internacional.
A Guarda Revolucionária Iraniana prometeu reações “mais agressivas e destrutivas” caso Israel ataque as instalações nucleares do país.
Os avanços nucleares do Irã
O Irã está enriquecendo urânio a 60%, número muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo Acordo Nuclear de 2015, embora ainda abaixo dos 90% necessários para fabricar uma bomba atômica.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores do Irã anunciou a conclusão da construção de um novo centro de enriquecimento de urânio “em local seguro”, que será inaugurado nos próximos dias.
A União Europeia, a França e a Alemanha criticaram as recentes decisões iranianas. As nações ocidentais pediram que o país evite ações que aumentem as tensões no Oriente Médio.
Enquanto isso, os Estados Unidos mantém uma abordagem de pressão diplomática, com Donald Trump alertando que, caso as negociações fracassem, uma ação militar contra o Irã não está descartada.
Nos próximos dias, a situação pode se agravar conforme o Irã segue ampliando sua capacidade nuclear, desafiando as potências ocidentais.
Fonte: Redação
