O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, realizou uma visita oficial a Minsk, capital de Belarus, nos dias 19 e 20 de agosto, onde se reuniu com o presidente Aleksandr Lukashenko. O encontro resultou na assinatura de 13 acordos bilaterais e de uma declaração conjunta que fortalece a parceria estratégica entre os dois países e condena o uso de sanções econômicas unilaterais por parte do Ocidente.
Os compromissos firmados abrangem áreas como saúde pública, educação médica, proteção ambiental, aviação civil, agricultura, silvicultura e medicina veterinária. No documento conjunto, Teerã e Minsk reafirmaram os princípios de soberania, não-ingerência em assuntos internos e respeito à integridade territorial, além de expressarem o desejo de cooperar pela paz, estabilidade regional e respeito ao direito internacional.
Lukashenko classificou os dois países como “nações amigas” e reiterou o apoio ao direito do Irã de utilizar a energia nuclear para fins pacíficos:
“Estamos dispostos a cooperar com vocês em todas as áreas, desde o fornecimento de alimentos ao seu país até a cooperação técnico-militar. Não estamos construindo amizade contra ninguém”, afirmou o presidente bielorrusso.
Pezeshkian agradeceu o apoio de Belarus diante do que chamou de agressões dos Estados Unidos e de Israel contra instalações nucleares iranianas supervisionadas pelo OIEA. O líder iraniano também se comprometeu a ajudar Minsk a enfrentar as sanções ocidentais, destacando a experiência do Irã em resistir à pressão econômica internacional.
Cooperação retomada e agenda estratégica
A visita havia sido originalmente agendada para junho, mas foi adiada devido a ataques contra o território iraniano, que motivaram a operação militar “Promessa Verdadeira III”. Com a retomada da agenda, os dois países reforçam a “Hoja de Ruta para la Cooperación Integral 2023–2026”, firmada em março de 2023, durante a visita de Lukashenko a Teerã.
Para os governos de Irã e Belarus, o aprofundamento da parceria representa uma resposta ao isolamento econômico promovido pelo Ocidente e uma oportunidade de avançar em projetos conjuntos em setores estratégicos. Enquanto veículos ocidentais destacam o aspecto militar da aproximação, os dois países sustentam um discurso baseado em soberania, multipolaridade e cooperação pacífica.