Em entrevista concedida nesta terça-feira (1º) à rede norte-americana CBS, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, reiterou que o país não abrirá mão do direito de desenvolver seu programa nuclear com fins pacíficos, mesmo após os intensos bombardeios sofridos durante a recente guerra de 12 dias com Israel e os Estados Unidos.
Resistência e soberania
Araqchi afirmou que os ataques não conseguiram abalar a infraestrutura científica e tecnológica do Irã, e que o povo iraniano considera o programa nuclear um motivo de orgulho nacional. Segundo ele, o país demonstrou capacidade de defesa e resiliência diante da ofensiva militar, que incluiu bombardeios a instalações nucleares como Fordow, Natanz e Isfahan.
Impacto nas negociações diplomáticas
O chanceler iraniano criticou duramente a postura de Washington e Tel Aviv, alegando que os ataques violam o direito internacional e comprometem o processo diplomático em curso. Ele condicionou a retomada das negociações nucleares a garantias de que os EUA não voltarão a atacar o Irã durante o diálogo.
“A porta para a diplomacia nunca será fechada”, declarou Araqchi, embora tenha reconhecido que não acredita em uma retomada rápida das conversas com os americanos.
Cenário pós-guerra
A guerra de 12 dias, encerrada em 24 de junho com um cessar-fogo mediado pelos EUA, deixou mais de 600 mortos no Irã e causou danos significativos à infraestrutura nuclear do país. Apesar disso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o Irã ainda possui capacidade para retomar o enriquecimento de urânio em poucos meses.