Irã repudia críticas de Berlim e reafirma compromisso com o TNP

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Foto: REUTERS/Ahmed Saad
Foto: REUTERS/Ahmed Saad

O Irã reagiu com indignação às declarações do governo alemão, que alegou ter havido “suspensão completa” da cooperação de Teerã com a AIEA, classificando-as como “notícias falsas”. Em publicação na rede social X, o chanceler Seyed Abbas Araqchi garantiu que o país segue fiel ao Tratado de Não Proliferação Nuclear e ao Acordo de Salvaguardas.

A nova lei aprovada pelo Parlamento iraniano transfere a gestão do relacionamento com a AIEA para o Conselho Supremo de Segurança Nacional, uma resposta aos recentes ataques israelenses e americanos contra instalações nucleares no Irã. Berlim considerou essa medida um retrocesso na transparência, afirmando que ela “elimina qualquer supervisão internacional” do programa nuclear iraniano.

Em contraponto, Araqchi acusou a Alemanha de apoiar “ataques ilegais” contra o Irã e relembrou o histórico de Berlim: desde o fornecimento de materiais para armas químicas de Saddam Hussein até o apoio à ofensiva israelense em Gaza—definida por Teerã como “genocídio”. “Aqueles que estão sempre do lado errado da história deveriam permanecer em silêncio”, afirmou o ministro.

O chanceler também criticou a exigência alemã de “enriquecimento zero”, alegando que tal condição não consta do Plano de Ação Conjunto de 2015 e fere o direito iraniano ao uso pacífico da energia nuclear.

As tensões escalaram após o ataque de Israel ao território iraniano em 13 de junho e o bombardeio de três usinas nucleares pelo EUA. Como retaliação, o Irã deflagrou a Operação True Promise III contra alvos em Gaza e na base aérea de Al-Udeid, no Catar, reivindicando ter forçado um cessar-fogo em 24 de junho.

Fontes israelenses entrevistadas pela HispanTV admitiram que “nenhum dos objetivos de Israel foi atingido”, elogiando a resposta iraniana como prova da capacidade defensiva do país.

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