Na noite de quarta-feira (27), o exército israelense realizou uma operação militar de grande escala contra uma base do exército sírio nos arredores de Damasco. O alvo foi a antiga instalação militar de Tal Maneh, próxima à cidade de Kisweh, que já havia sido bombardeada nos dois dias anteriores.
Segundo fontes militares sírias, o local foi atingido inicialmente na terça-feira, resultando na morte de soldados sírios, e voltou a ser bombardeado na quarta-feira, seguido por uma incursão terrestre. Tropas israelenses desembarcaram em Jabal Manea, uma colina estratégica que abrigava uma antiga base de defesa aérea iraniana, destruída anteriormente por Israel. A operação envolveu helicópteros, caças e dezenas de soldados, e durou cerca de duas horas.
Motivações e contexto
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, o ataque teria sido motivado pela presença de armamentos utilizados pelo Hezbollah na região. Este foi o primeiro ataque terrestre israelense em solo sírio desde a queda do governo de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024.
A ofensiva ocorre em meio a negociações diplomáticas mediadas pelos Estados Unidos, que buscam reduzir as tensões entre Israel e Síria, especialmente no sul do país. Fontes israelenses indicam que os dois lados estão próximos de um acordo de segurança, que pode abrir caminho para futuras tratativas políticas.
Reações oficiais
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nas redes sociais que as forças israelenses “operam em todas as frentes de batalha dia e noite para garantir a segurança de Israel”.
Em resposta, o governo sírio condenou os ataques, classificando-os como uma “violação flagrante da Carta da ONU, do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança”. A Síria também criticou a presença militar israelense no monte Hermon, considerada ilegal pelas autoridades locais.
Desde a queda de Assad, Israel mantém presença militar em zonas do sul da Síria, especialmente em áreas patrulhadas pela ONU na fronteira entre os dois países. Apesar das tensões, o governo israelense reafirmou que continuará operando no norte da Síria enquanto as negociações seguem em andamento.