Três anos após o julgamento de alto perfil que o colocou frente a frente com a ex-esposa Amber Heard, o ator Johnny Depp, hoje com 62 anos, rompeu o silêncio para refletir sobre o processo que abalou sua carreira e reputação. Em tom direto, ele classificou a disputa como “um processo de evisceração”, em que sua verdade pessoal precisou ser exposta ao mundo.
“Olha, já tinha ido longe demais. Eu sabia que teria que me eviscerar. Todo mundo dizia: ‘Vai passar!’ Mas eu não podia confiar nisso. O que vai passar? A mentira espalhada pelo maldito mundo? Não, não vai”, declarou.
Ele reforçou que, mais do que limpar sua imagem, sentia que precisava tomar posição diante das acusações de violência doméstica feitas por Heard. “Se eu não tentar representar a verdade, será como se eu tivesse realmente cometido os atos de que sou acusado. E isso afetaria meus filhos, minha família, e todas as crianças e fãs que acompanharam minha trajetória. Não é só sobre mim — é sobre todos que carregam meu nome junto”, afirmou.
Depp também lembrou da noite anterior ao julgamento na Virgínia, em 2022: “Não me senti nervoso. Se você está apenas falando a verdade? Jogue os dados”.
O caso teve origem em 2018, quando Heard publicou um artigo se descrevendo como vítima de abuso doméstico. Sem mencionar nomes, a repercussão foi imediata, levando Depp a perder papéis em grandes produções, como a franquia Animais Fantásticos. Em 2022, durante o julgamento televisionado, ambos foram responsabilizados por difamação, mas Depp foi favorecido por decisão majoritária do júri. Um acordo posterior encerrou o litígio judicial, embora o debate público sobre o caso permaneça vivo.
Hoje, o ator se prepara para retornar aos cinemas no drama Day Drinker, contracenando com Penélope Cruz, previsto para 2026. Ainda assim, rejeita o termo “retorno”. “Meu retorno? Honestamente? Eu não fui a lugar nenhum. Se eu tivesse a chance de me afastar, eu nunca voltaria”, disparou.
O depoimento recente mostra um artista decidido a controlar sua narrativa e afirmar sua identidade diante de anos de controvérsias. “Meus filhos vão carregar isso. Os filhos deles. E quem mais acreditar em mim também. Eu precisava dizer: não, essa história não termina assim”, concluiu.