Pelo menos 20 pessoas morreram em um ataque aéreo israelense ao Hospital Nasser, localizado no sul da Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (25). Entre as vítimas estão cinco jornalistas que atuavam em diferentes veículos de comunicação. O hospital era o último em funcionamento na região.
As explosões ocorreram enquanto profissionais da imprensa e socorristas prestavam atendimento às vítimas de um ataque anterior. Uma das explosões foi registrada ao vivo durante uma transmissão. Os jornalistas mortos foram identificados como Mohammad Salama (Al Jazeera), Hussam al-Masri (Reuters), Mariam Abu Daqqa (The Independent Arabic e Associated Press), Moaz Abu Taha (NBC) e Ahmed Abu Aziz (Quds Feed Network e Middle East Eye).
Devido à proibição de entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza, veículos internacionais contratam profissionais locais para cobrir o conflito. Essa prática tem sido alvo de críticas por expor os jornalistas a riscos elevados.
O governo de Israel confirmou o lançamento dos mísseis contra o hospital e declarou lamentar os ferimentos causados a pessoas não envolvidas no conflito. No entanto, não apresentou justificativas para o ataque à unidade médica. Segundo as Convenções de Genebra, hospitais e profissionais da imprensa devem ser protegidos em zonas de guerra. O ataque a instalações médicas é considerado crime de guerra.
Desde o início do conflito, mais de 200 jornalistas foram mortos em Gaza. A organização Repórteres Sem Fronteiras acusa o exército israelense de assassinato deliberado em pelo menos 40 desses casos. Em outro episódio, ocorrido em 10 de agosto, cinco jornalistas da Al Jazeera também foram mortos. Na ocasião, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que uma das vítimas, Anas al-Sharif, era alvo por suposta ligação com o Hamas.
Após os recentes ataques, o Reino Unido solicitou uma investigação independente sobre as mortes dos jornalistas, alegando não haver evidências de que os profissionais atuavam como combatentes.