A prisão de Eduardo Medino, de 18 anos, por estupro virtual de uma menor de idade no Rio de Janeiro trouxe à tona os perigos desse tipo de crime e a necessidade de medidas de prevenção. O jovem foi detido no interior do Amazonas, a mais de 3.400 km da vítima, após uma investigação da 78ª Delegacia de Polícia, de Niterói.
Segundo a Polícia Civil, Eduardo utilizava fotos de personagens de desenhos famosos para atrair vítimas em plataformas como TikTok e Discord. Após estabelecer contato, ele coagia as vítimas a enviar fotos e vídeos de conteúdo pornográfico.

Além disso, por meio de manipulação psicológica, ele induziu uma jovem a se mutilar e enviar registros do ato.
O advogado criminalista Carlos Fernando Maggiolo explicou que uma mudança no Código Penal ampliou a definição de estupro, incluindo atos libidinosos cometidos por meio de violência ou grave ameaça.
A pena para estupro virtual varia de 6 a 10 anos de prisão, mas, como a vítima tinha 13 anos, a punição pode ser ainda mais severa, chegando a 15 anos de reclusão, conforme o artigo 217-A do Código Penal.
Especialistas alertam que mudanças bruscas de comportamento podem ser sinais de que uma criança está sofrendo abuso. Segundo Erica Paes, superintendente do programa Empoderadas, do Governo do RJ, pais e responsáveis devem ficar atentos a comportamentos como:
- Criança que era falante e agitada e, de repente, fica calada e retraída.
- Mudança repentina para um comportamento mais agressivo ou impulsivo.
Além disso, especialistas recomendam que familiares produzam provas, não se desesperem e ofereçam acolhimento emocional às vítimas, pois as consequências psicológicas desses crimes podem ser irreversíveis.
Eduardo foi preso em Santo Antônio do Içá, a 880 km de Manaus, com apoio de policiais do Amazonas. A Polícia Civil segue investigando se há outras vítimas e se o jovem fazia parte de uma rede criminosa.