Julgamento de Bolsonaro Pode Levar EUA a Reforçar Sanções Contra o Brasil

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(Foto: REUTERS/Carlos Barria)
(Foto: REUTERS/Carlos Barria)

O governo dos Estados Unidos avalia reagir em tempo real ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele é réu por suposta participação em uma trama golpista. A adoção de novas sanções dependerá diretamente da decisão do presidente americano, Donald Trump.

Segundo a jornalista Mariana Sanches, do UOL, circula em Washington a possibilidade de ampliar medidas já em vigor, como a cassação de vistos de autoridades brasileiras, sanções financeiras contra membros do STF e a inclusão de novos produtos brasileiros em uma lista sujeita a tarifas de 50%. Desde 6 de agosto, diversos setores da economia nacional já vêm sendo impactados por essas tarifas. A Casa Branca e o Departamento de Estado não responderam aos questionamentos sobre a adoção imediata de novos bloqueios.

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Na carta em que anunciou o tarifaço, Trump associou diretamente sua decisão ao julgamento de Bolsonaro, que classificou como uma “caça às bruxas”. Em declarações à imprensa, o presidente americano reforçou seu apoio ao ex-mandatário, chamando-o de “um homem honesto”.

Atualmente, não há negociações comerciais em curso entre Brasil e Estados Unidos. O governo americano condiciona qualquer diálogo tarifário ao desfecho do processo no STF.

A pressão internacional também vem sendo articulada por aliados próximos de Bolsonaro. O influenciador Paulo Figueiredo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmaram ao UOL que viajarão a Washington no dia 3 de setembro, segundo dia do julgamento, que começa em 2 de setembro e deve se estender até o dia 12.

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Segundo Eduardo, o objetivo da visita é atualizar a Casa Branca sobre o andamento do processo e os debates na Corte. No entanto, os dois não revelaram com quais autoridades americanas pretendem se reunir, nem os temas específicos das conversas.

Ambos lideram uma campanha por sanções mais duras contra o Brasil, com o argumento de que isso poderia pressionar o país a aprovar uma anistia a Bolsonaro e seus aliados. Essas articulações já contribuíram para medidas como o aumento tarifário, investigações sobre práticas comerciais desleais, restrições de vistos a ministros do STF e do governo Lula, e a aplicação da Lei Global Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

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