A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pode ser detida a qualquer momento na Itália, segundo o embaixador brasileiro no país, Renato Mosca. A parlamentar foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, o que permite sua captura internacional.
Desde a validação do pedido pelas autoridades italianas, forças policiais do país buscam localizar Zambelli, considerada foragida da Justiça brasileira após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão.
Processo de busca e extradição
Segundo Mosca, a deputada não pode ser presa dentro de sua residência ou em hotéis, devido às leis italianas. No entanto, há um mandado de prisão provisória para fins de extradição, solicitado pelo governo brasileiro e referendado pela Justiça italiana.
O diplomata também esclareceu que, apesar de ser ítalo-brasileira, a Constituição italiana não veda completamente a extradição de cidadãos com dupla nacionalidade. Ele mencionou que a cooperação penal entre Brasil e Itália é eficaz, com 14 pedidos de extradição em andamento, sendo quatro deles de ítalo-brasileiros.
A previsão é que o processo de extradição leve menos de um ano, caso Zambelli seja detida.
Condenação e fuga para a Itália
A deputada foi condenada pelos crimes de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de dados falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Entre os arquivos inseridos estava um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, viajou aos Estados Unidos e seguiu para a Itália, onde se encontra atualmente.
Em contato com a imprensa, a deputada declarou que não quer ser considerada foragida e que está tentando se regularizar junto às autoridades italianas, alegando que saiu do país por perseguição política.
Agora, o pedido de extradição tramita na Justiça italiana, que analisará a solicitação brasileira e garantirá amplo direito de defesa à parlamentar.
O governo italiano tem autonomia para decidir se autoriza ou não a extradição, e o processo deve ser acompanhado por tribunais locais.
Enquanto isso, Zambelli segue como foragida, podendo ser presa a qualquer momento fora de sua residência.