Justiça sul-coreana confirma impeachment e presidente perde mandato

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Yoon Suk Yeol (Foto Chung Sung-JunPool via Reuters

A Coreia do Sul viveu nesta sexta-feira (4), pelo horário local, um momento decisivo em sua história política recente. A Corte Constitucional do país confirmou por unanimidade o impeachment do agora ex-presidente Yoon Suk Yeol, acusado de insurreição após decretar uma polêmica lei marcial em dezembro de 2024. A notícia foi repercutida pela Reuters.

A decisão encerra formalmente o mandato de Yoon, que já estava afastado do cargo e chegou a ser preso no início do ano. De acordo com a Constituição sul-coreana, novas eleições presidenciais deverão ser convocadas em até 60 dias. Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume interinamente a chefia de Estado.

Durante a leitura da sentença, o presidente interino da Corte Constitucional, Moon Hyung-bae, foi enfático ao afirmar que Yoon “violou seu dever como presidente ao tomar ações que ultrapassaram os poderes conferidos a ele pela Constituição” e que essas atitudes representaram “um sério desafio à democracia”.

“Yoon cometeu uma grave traição à confiança do povo, que são os membros soberanos da república democrática”, declarou Moon. Ele ressaltou ainda que o decreto presidencial gerou “caos em todas as áreas da sociedade, da economia e da política externa”.

A decisão dos oito juízes foi unânime. Assim que o veredicto foi anunciado, milhares de manifestantes que acampavam nas ruas de Seul explodiram em comemoração, gritando palavras de ordem como “Vencemos!”. Segundo relatos da Reuters, um manifestante foi detido após quebrar o vidro de um ônibus policial.

Apesar do impacto político e institucional da decisão, Yoon adotou um tom conciliador em sua primeira declaração pública após o impeachment: “Me desculpem por não corresponder às suas expectativas”, disse o ex-presidente, acrescentando que continuará a rezar pelo povo da Coreia do Sul.

Em resposta ao clima de tensão nas ruas, o presidente interino Han Duck-soo decretou medidas emergenciais para garantir a segurança pública. Ele afirmou que o governo não tolerará atos de violência durante o processo de transição.

A crise institucional teve início em dezembro de 2024, quando Yoon decretou lei marcial em meio a uma crescente disputa com o Congresso. A medida previa a suspensão de atividades legislativas, a censura de veículos de imprensa e o fim do direito de protesto. Em pouco tempo, o decreto foi classificado por juristas e parlamentares como um atentado à ordem democrática.

Fonte: Brasil247

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