Kepler Weber enfrenta queda nos lucros, mas vê sinais de recuperação gradual

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REUTERS/Bruno Domingos
REUTERS/Bruno Domingos

A Kepler Weber registrou lucro líquido de R$ 14,4 milhões no segundo trimestre de 2025, uma queda de 61,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado reflete o cenário desafiador do agronegócio, marcado por juros elevados, preços baixos das commodities e maior concessão de descontos comerciais devido à restrição de liquidez.

A receita líquida somou R$ 311,1 milhões, com recuo de 5,1% na comparação anual. O Ebitda caiu 40%, totalizando R$ 37,9 milhões, e a margem Ebitda passou de 19,3% para 12,2%. O lucro líquido representou 4,6% da receita, abaixo dos 11,3% registrados um ano antes.

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Apesar da retração, o CEO Bernardo Nogueira destacou que junho concentrou 56% do Ebitda do trimestre, sinalizando o início de uma recuperação. “Essa geração de caixa e rentabilidade é o que já enxergamos para os próximos meses e segundo semestre”, afirmou. Segundo ele, a retomada é gradual, mas consistente.

No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido foi de R$ 39,9 milhões, queda de 55,2% em relação a 2024. A margem líquida caiu de 12,6% para 6,0%.

Entre os destaques positivos, a carteira contratada cresceu 13,8% na comparação anual, impulsionada pela expansão da base de clientes e ações comerciais. A empresa também registrou o maior volume de embarques dos últimos dez anos, com alta de 4% frente a 2024 — superando inclusive os anos de 2021 e 2022.

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Desempenho por segmento:

  • Agroindústrias: Receita de R$ 107,2 milhões (+9,2%), com aumento de 77,1% na base de clientes.
  • Reposição e Serviços: R$ 62,5 milhões (+8,4%) no trimestre e crescimento acumulado de 18,4% no semestre.
  • Negócios Internacionais: Estável em R$ 30,9 milhões, com destaque para a Argentina, que respondeu por 30% das vendas contratadas no semestre.
  • Fazendas: Receita de R$ 95,8 milhões (-7,5%), mas com expansão de 32,9% na base de clientes.
  • Portos e Terminais: Queda de 60,8%, para R$ 14,7 milhões, mas com avanço de 0,8 ponto na margem bruta e crescimento de 20% na base de clientes.

As despesas gerais e administrativas somaram R$ 24,1 milhões no trimestre, com queda de 3% em relação ao ano anterior. No semestre, a redução foi de 4,8%, mesmo sob pressão inflacionária.

Nogueira comparou o impacto dos juros altos à compra de um imóvel: “Com juros baixos, o comprador se preocupa menos com o preço. Mas com recursos próprios, ele aperta mais o fornecedor”, explicou.

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