Líbano aprova plano dos EUA para desarmar Hezbollah, apesar de oposição interna

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(Foto: REUTERS/Aziz Taher/File Photo)
(Foto: REUTERS/Aziz Taher/File Photo)

O Gabinete de Ministros do Líbano aprovou nesta quinta-feira (7) o plano proposto pelos Estados Unidos para o desarmamento progressivo do Hezbollah. A decisão, confirmada pelo ministro da Informação, Paul Morcos, ocorre em meio a tensões políticas internas e resistência do grupo xiita, que se retirou da reunião em protesto.

O plano, elaborado sob supervisão do diplomata norte-americano Tom Barrack, prevê o desarmamento total do Hezbollah até 31 de dezembro de 2025, dividido em quatro fases. A proposta também inclui contrapartidas por parte de Israel, como a suspensão de operações militares, retirada de tropas, libertação de prisioneiros libaneses e apoio à reconstrução das áreas afetadas.

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 Etapas do plano:

  • Fase 1: Compromisso formal do Líbano com o desarmamento até o fim de 2025; Israel cessaria suas operações militares.
  • Fase 2: Início da desmobilização das milícias em 60 dias; retirada de tropas israelenses e libertação de prisioneiros.
  • Fase 3: Em 90 dias, retirada das últimas posições israelenses e início da reconstrução com apoio internacional.
  • Fase 4: Em 120 dias, desmantelamento de arsenais pesados do Hezbollah, incluindo mísseis e drones; conferência econômica internacional para apoiar o Líbano.

O plano também estabelece 11 compromissos, incluindo o cumprimento da Constituição libanesa, da Resolução 1701 da ONU e do Acordo de Taif. Entre os objetivos estão a restauração da soberania estatal, o monopólio das decisões sobre guerra e paz pelo governo, e o fim da presença armada de grupos não estatais em todo o território nacional.

Apesar da aprovação, o Hezbollah rejeitou a proposta, classificando-a como uma ameaça à soberania do país e um favorecimento aos interesses israelenses. Ministros ligados ao grupo e seus aliados xiitas abandonaram a sessão em protesto. O movimento também organizou manifestações nas ruas de Beirute e outras cidades libanesas.

O plano dos EUA surge como tentativa de consolidar o cessar-fogo firmado em novembro de 2024 entre Líbano e Israel, após um ano de confrontos intensos. A viabilidade da proposta dependerá da adesão do Hezbollah e da capacidade do governo libanês de implementar as medidas acordadas.

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