Nesta segunda-feira (14), líderes religiosos cristãos acusaram colonos israelenses de intensificarem ataques contra locais sagrados na Cisjordânia, incluindo incêndios próximos a um cemitério e à histórica igreja de São Jorge, do século V, na cidade cristã de Taybeh. O patriarca ortodoxo grego de Jerusalém, Teófilo III, classificou os atos como uma ameaça direta à comunidade local e ao patrimônio religioso da região.
Durante visita à cidade, os líderes das igrejas conduziram orações com moradores e exigiram uma investigação imediata e transparente sobre a falta de resposta da polícia israelense aos chamados de emergência. Também foram relatados ataques a residências e propriedades palestinas.
Escalada da violência e temor de êxodo cristão
Segundo grupos de direitos humanos como o B’Tselem, a violência de colonos na Cisjordânia aumentou desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, no final de 2023. Na última sexta-feira, dois homens — incluindo um cidadão norte-americano — foram mortos por colonos durante um confronto noturno.
O cardeal Pierbattista Pizzaballa, patriarca católico romano de Jerusalém, alertou que o clima de insegurança está levando cristãos a considerarem deixar a região:
“Infelizmente, a tentação de emigrar existe por causa da situação. É muito difícil prever como e quando isso vai acabar, especialmente para os jovens falarem sobre esperança e confiança no futuro”.
Contexto demográfico e histórico
A Cisjordânia e Jerusalém Oriental abrigam cerca de 50 mil cristãos palestinos, além de 700 mil colonos israelenses vivendo entre 2,7 milhões de palestinos. A região inclui locais sagrados como Belém, considerada o local de nascimento de Jesus.