O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (29) que a campanha viral contra mudanças no sistema Pix teria contribuído para o fortalecimento do crime organizado. Sem citar nomes, Lula se referiu ao vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira, que acusava o governo de tentar taxar transações digitais. A publicação, feita em janeiro, ultrapassou 336 milhões de visualizações nas redes sociais.
Durante entrevista, Lula declarou que “o que ele estava fazendo era defender o crime organizado” e que o governo não dará trégua às facções. A fala ocorre um dia após a deflagração de uma megaoperação nacional contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), que envolveu mandados em oito estados e revelou esquemas de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis.
O presidente também anunciou que as fintechs passarão por apuração mais rígida, com foco em rastrear movimentações suspeitas. Segundo ele, as mudanças propostas pela Receita Federal tinham como objetivo combater estruturas paralelas de financiamento ilícito.
A operação mobilizou milhares de agentes da Polícia Federal, Ministério Público e forças estaduais. Foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e apreendidos bens ligados a empresas de fachada e plataformas digitais pouco reguladas.
Na noite anterior, o deputado Rogério Correia encaminhou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da República contra Nikolas Ferreira, alegando que a disseminação de informações falsas teria fragilizado os mecanismos de controle financeiro e favorecido esquemas de lavagem.
