Durante encontro com comunicadores e ativistas em Belo Horizonte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que há risco de o Congresso Nacional aprovar uma proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, é necessário “ficar vigilante” diante das movimentações parlamentares que envolvem o tema.
Lula declarou que o Congresso atual não representa majoritariamente a periferia e que, embora tenha colaborado com pautas do governo, ainda abriga forte influência da extrema-direita. O presidente reforçou sua posição contrária à anistia, reiterando que a medida representa ameaça à democracia e à soberania nacional.
Na véspera, Lula se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e manifestou diretamente sua oposição ao projeto. Alcolumbre não mencionou a proposta durante o encontro, mas interlocutores do governo indicam que o tema está em debate entre lideranças partidárias.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, esteve em Brasília para negociar apoio à anistia. Ele se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e com aliados do Partido Liberal, incluindo o deputado Sóstenes Cavalcante e o pastor Silas Malafaia. Em jantar no Palácio dos Bandeirantes, o grupo avaliou que o projeto pode ser aprovado com mais de 300 votos na Câmara, o que tornaria a aprovação no Senado praticamente certa.
A proposta em discussão prevê redução de penas para os envolvidos nos atos de depredação, mas não inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro. Parlamentares ligados ao PL defendem uma versão mais ampla, que contemple lideranças políticas e militares.