O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta sexta-feira (1º) uma resposta da equipe econômica e do Banco Central sobre alternativas para ampliar o crédito imobiliário voltado à classe média. A demanda foi feita durante cerimônia de entrega de 1.876 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, realizada no Palácio do Planalto. Lula destacou que cidadãos com renda de até R$ 12 mil também devem ter acesso à moradia financiada.
A principal fonte de recursos para o crédito habitacional, a caderneta de poupança, registrou resgate líquido de R$ 49,6 bilhões no acumulado de 2025. Apesar de entradas positivas nos últimos dois meses, os saques refletem o impacto da taxa Selic elevada, que tem incentivado aplicações em investimentos mais rentáveis.
O ministro das Cidades, Jader Filho, sugeriu a liberação parcial dos depósitos compulsórios exigidos pelo Banco Central sobre os recursos da poupança. Atualmente, os bancos devem recolher 20% desses valores. A proposta é reduzir esse percentual e direcionar 80% dos recursos exclusivamente para contratos habitacionais, com limite de juros.
Segundo Jader Filho, o objetivo é garantir que os recursos liberados sejam aplicados apenas em habitação, excluindo projetos como shopping centers. Ele defendeu que o crédito seja acessível à classe média, que enfrenta dificuldades para obter financiamento. Uma nova reunião entre o presidente Lula e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deve tratar do tema.
Durante o evento, Lula participou da entrega simultânea de residências em seis cidades das regiões Norte e Nordeste: Pojuca e Paulo Afonso (BA), Horizonte (CE), Açailândia (MA), Teresina (PI) e Chapada de Areia (TO). As unidades seguem os novos padrões do programa, com melhorias como varandas, localização estratégica e equipamentos públicos como bibliotecas.