O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar duramente a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, classificando-a como uma “perversidade” e comparando a situação enfrentada por crianças palestinas a um “campo de concentração”.
“Quando vejo em Gaza aquelas crianças morrendo, procurando comida, fico me perguntando: cadê o Conselho de Segurança da ONU? Como é possível aceitar uma situação tão perversa? Quando vejo aquele campo de concentração, não é possível?”, disse Lula durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Israel intensifica controle sobre Gaza
Pouco antes da fala de Lula, o jornal israelense Jerusalem Post noticiou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu assumir o “controle total” da Faixa de Gaza. Segundo a emissora Channel 12, a medida foi uma resposta à declaração do grupo palestino Hamas, que teria condicionado a libertação de reféns à rendição completa do Estado de Israel.
Críticas internacionais e alerta da OMS
Lula se junta a diversas lideranças e organizações internacionais que vêm denunciando a fome deliberada imposta à população palestina. Em 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o agravamento da crise nutricional no território.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus:
- Mais de 10% da população sofre de desnutrição aguda
- Mais de 20% das mulheres grávidas e lactantes apresentam quadros severos de desnutrição
- A situação se deteriora com a interrupção da ajuda humanitária e restrições de acesso
Ajuda humanitária sob controle militar
Em 26 de julho, Israel autorizou o envio de ajuda humanitária por países estrangeiros. No entanto, o acesso ao território continua sob controle da Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos Estados Unidos. Os pontos de distribuição estão concentrados no sul do enclave, onde tropas israelenses têm sido acusadas de abrir fogo contra palestinos que aguardam por alimentos.