Lula deve oficializar troca no Ministério das Mulheres no início da semana

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A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de sanção de projetos de lei • Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar, nos próximos dias, a substituição da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, por Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e nome de confiança do governo. A expectativa é que a mudança seja oficializada antes da viagem de Lula à Rússia, marcada para quinta-feira (8 de maio).

Márcia Lopes foi convidada por Lula para assumir o Ministério das Mulheres ainda em março de 2025. Na ocasião, os dois se reuniram fora da agenda oficial e tiveram uma “boa conversa”, segundo fontes do governo. A ex-ministra desembarca em Brasília nesta segunda-feira (5 de maio) e deve se encontrar com o presidente no mesmo dia. Inicialmente, a posse será realizada em uma cerimônia restrita, apenas com a presença de Lula, mas há expectativa de um evento maior após a viagem do petista à Rússia.

Na última sexta-feira (2 de maio), Lula conversou com Cida Gonçalves por cerca de meia hora. Oficialmente, o Ministério das Mulheres informou que a reunião tratou de assuntos da pasta, incluindo a implementação da lei de igualdade salarial. No entanto, fontes do Palácio do Planalto afirmam que Cida já foi informada da mudança.

A saída da ministra ocorre em meio a desgastes políticos e críticas internas sobre sua atuação no governo. No Planalto, há avaliações de que a pasta tem pouca visibilidade, o que teria motivado a decisão de substituição. Além disso, declarações da ministra sobre sua relação com a primeira-dama, Janja da Silva, geraram desconforto entre ministros e assessores do governo.

Em fevereiro, Cida revelou à Comissão de Ética da Presidência que costumava interromper sua agenda para atender a primeira-dama. No mesmo depoimento, afirmou que ignorava chamados de dois ministros: Alexandre Padilha (à época, Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência). A ministra também foi alvo de um processo por assédio moral, posteriormente arquivado, no qual teria sugerido apoio financeiro a uma servidora para que ela se candidatasse nas eleições de 2026, em troca de silêncio sobre uma denúncia de racismo.

A troca no Ministério das Mulheres reforça a estratégia de Lula de ajustes na equipe ministerial, buscando maior alinhamento político e eficiência na comunicação do governo. Márcia Lopes, que já ocupou cargos de destaque na administração petista, chega com a missão de fortalecer a pasta e ampliar sua atuação em políticas públicas voltadas para as mulheres.

A expectativa é que, após a oficialização da mudança, Márcia Lopes apresente um plano de ação para os próximos meses, com foco em igualdade de gênero, combate à violência contra a mulher e ampliação de programas sociais.

Fonte: Redação

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